Eu, robô?
Uma das coisas que ficou claríssima nesse Despertar Espiritual foi a seguinte:
Eu só comecei a obter atenção, admiração e notoriedade dos outros por causa da Consciência (que eu sou) - Ela... nada mais além dela... Então, na realidade, quem obteve atenção não fui eu, mas, Eu.
Não foi pelo meu intelecto, pela minha aparência, pelo status, pelo trabalho, pela posição social, pelas conquistas, pelas aquisições, pela popularidade, pelo hobby, pelas experiências, pela personalidade "descolada"... Pois tendo ou não algumas dessas coisas, não foram e nem seriam nenhuma delas a me fazer visível.
Eu despertei a atenção das pessoas simplesmente porque DESPERTEI.
Não estou desprezando os aspectos da personalidade e as condições humanas... Estou dizendo que ser um ego sem Consciência desperta, é ser uma carcaça ambulante cheia de programações ilusórias: sua existência é feita de imagens e sensações vazias.
Enquanto a maioria se esforça para ter os holofotes para seus egos, eu nada fiz... a não ser, espontaneamente e gradualmente, ser eu mesma: Consciência.
Mas o que é SER CONSCIÊNCIA?
Você pode achar que ser Consciência é apenas ser você... O que não deixa de ser verdadeiro. O problema é que você não sabe o que é você... Portanto você não consegue ser você... quando inconsciente.
A maioria das pessoas - eu diria, 99% da população - não é Consciência desperta, mas personalidades autômatas. Verdadeiros robôs desgovernados, já que a Essência está adormecida.
O que pude perceber é que pessoas que realmente despertam o Ser, acabam tendo certa atenção de acordo com o seu propósito espiritual. Se você é um natural "mensageiro consciencial", a visibilidade também será natural, sem qualquer esforço de sua parte... Ou seja, tudo flui ao se deixar fluir.
É bem verdade que serão poucos a lhe compreender, aceitar ou ouvir... Já que muitos ainda são escravos de suas mentes (racionais e emocionais) e não se interessam por uma vida autêntica, simples e harmoniosa. Porém, cada vez mais indivíduos estão acordando e seguindo o chamado da Alma - e assim, encontrando "mensageiros" da Consciência.
A visibilidade que tive não foi para me fazer admirada pelo meu ego - pelo que eu aparento, faço e tenho -, mas pelo exemplo de força espiritual, lucidez, sensibilidade, ética e dignidade que essa Consciência é - e que todos são.
Mas a mente racional confunde as coisas... e é normal ela confundir. Para ela, ser Consciência é perder autonomia e individualidade, pois o que ela conhece é a sua ilusória "autonomia" de livre-arbítrio, que nada mais é CONTROLE originado de medo e desejo. Se somos medo e desejo, onde está o livre-arbítrio?
Quem quer ter controle e domínio é a mente (ego), não, você (Consciência). É ela (mente) que dita regras, táticas, formatações, dogmas, preceitos, condições, técnicas, estratégias... Não, a Consciência que é amor, paz e sabedoria.
Aliás, é inimaginável à Consciência impor a si mesma uma condição ou uma regra - (e por qual motivo, se ela já é ela?) -, já que o próprio impor diz que você não está sendo você de verdade. É somente o seu ego (observador) lhe censurando ou exigindo mudanças... portanto, é ele o ditador medo e desejo da história, não, você.
Consciência tem vontade, não, desejos. Consciência segue a si, não, a apelos sensoriais, emocionais e lógicos. É o contrário: quando se desperta a Consciência que somos, os cinco sentidos, a emoção e a lógica é que nos servem para a nossa satisfação saudável e equilibrada.
A diferença de um indivíduo autônomo consciente de um indivíduo autônomo inconsciente, é que o inconsciente está iludido, achando ser autônomo... e na sua ilusão, ele usa sua suposta autonomia para ganhar só pra si, levar vantagens e falsas seguranças. Enquanto que o consciente usa sua autonomia para o bem dos outros e de si, pois sabe que o bem dos outros é o seu bem.
Mas as pessoas confundem "bem" com prazeres egoicos (físicos, emocionais e materiais). Poucos compreendem que o bem que a Consciência promove ao meio, atrai os prazeres saudáveis e altruístas (físicos, emocionais e materiais na medida certa).
Outra ideia irreal e inimaginável à Consciência é a que diz que ao nos tornarmos consciências espirituais - regidas pela alma ou pelo Coração - REJEITAREMOS os outros aspectos humanos de existência.
Desde a iluminação de Buda, sabemos que o ascetismo e a privação das necessidades do corpo é ANTINATURAL e completamente desnecessários para a verdadeira felicidade. No entanto, é o EQUILÍBRIO e o bom senso que nos levam à paz e à expansão de Consciência.
A questão é que para se atingir esse equilíbrio não basta apenas um querer e um esforço mental - aliás, o esforço exclusivamente mental é que bloqueia o contato com a Consciência -, pois o caminho da real felicidade não se dá através da razão/emoção, e sim, do Coração.
Os sentimentos sublimes provindos do Coração é o que podemos chamar de Intuição, Percepção, Visão, Insights, Inspiração.
É quando esses sentimentos estão despertos em nós, que conseguimos finalmente CONDUZIR os outros aspectos humanos: razão, emoção, sensações. O Coração é o condutor da carruagem, os outros aspectos, os cavalos.
Sem o Coração (Alma, Ser, Consciência, Sabedoria), você se torna uma carruagem (corpo) desgovernada e puxada para qualquer lado pelos cavalos. Não são eles que devem exigir a sua direção, mas você-Coração que deve direcioná-los para a sua vontade real.
O que em geral acontece é os aspectos - mentais, físicos e emocionais - controlarem a vida humana, não, a Consciência que é você.
Seguir os apelos dos cinco sentidos, dos pensamentos e dos apegos afetivos é ser um autômato nocivo a si mesmo e ao meio. A mente por si só nunca pode resolver os problemas que ela mesma cria, mas deve ser utilizada pela Inteligência Superior que você é.
A informação e o conhecimento são importantes, mas até certo limite, pois eles não nos fazem mais humanos... Pelo contrário, o uso demasiado da razão transforma indivíduos em robôs sem sentimentos, que para extravasar a repressão emocional, empurra-os para os instintos primitivos exacerbados- que é a compulsão sexual, a ganância, a vaidade e a sede de poder.
É esse controle da mente que nos leva de um extremo a outro: ora frios e indiferentes, ora cheios de desejos e paixões. Ela é um pêndulo que nunca pára, está em constante oscilação.
Somente o Ser (Alma, Essência, Consciência, Coração) pode ter esse equilíbrio e bom senso.
Querer ser feliz e ter uma vida harmoniosa sem despertar o Ser, é o mesmo que querer andar sem dar o primeiro passo.
Na verdade, a maioria dá passos... mas passos em falso. E continuam andando em círculos sem entender o porquê de não encontrarem o caminho para se chegar em casa.
Aquele que desperta o Ser, flui como água... apesar dos obstáculos.
Aquele que insiste na persona, se torna ele o próprio obstáculo no rio da vida.
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