Mãe-Vida
Com você acontece o mesmo?
O interessante é que muitas vezes o reconhecimento do medo só acontece quando conseguimos superá-lo naturalmente - "por acidente".
Percebo que hoje sou uma pessoa muito mais segura, forte e íntegra do que anos atrás... Isso porque quando a Consciência é realmente desperta, vai ocorrendo uma integração dela (no meu caso gradual) com a nossa personalidade.
Vejo que certas "neuroses" vão se dissipando. Mas como é um processo, ainda há resquícios que muitas vezes não enxergamos.
Uma das minhas inseguranças recentemente descoberta era a de não ser competente em certas atividades. E talvez por ter isso, mal passava pela minha cabeça tentar fazê-las. Tudo o que a minha mente sugeria ser possível, era somente coisas abaixo do meu nível cultural, intelectual e funcional, como se o que eu gostasse e que tivesse real interesse não fossem dignos a mim.
Esse bloqueio era inconsciente e resultante de traumas e complexos passados- condicionamentos provindos da autoestima baixa que me acompanhou durante muito tempo. Isso me faz entender que a maior parte de nossas dificuldades acontece por agirmos no piloto automático, ou seja, agimos assim porque não vemos que é automático.
Outra constatação é que a Vida só nos dá respostas quando decidimos agir. Não importa muito bem como ou onde... Você pode não estar no lugar certo ou não fazendo o que deveria de fato fazer, mas a Vida vai começar a dar os seus sinais para que você encontre o seu propósito. Como diria o ditado popular: Ela não pesca o peixe, mas concede a vara para pescar.
É o que vem acontecendo comigo... Ainda que um tanto perdida e com certo "desespero" sobre o que fazer, (re)iniciei a procura do meu caminho. E é incrível como a Vida nos responde rapidamente e sincronisticamente, como se dissesse: "Eu só estava esperando você dar o primeiro passo". Deve ser porque Ela quer que - como bebês - aprendamos a andar...
Seria também como "pegar no tranco". De início é difícil, exige-se mais esforço e persistência. Mas depois, o movimento vai pegando velocidade e, então, começa a seguir naturalmente.
No começo, pode dar a impressão que a busca foi em vão ou uma perda de tempo. Só que mais para frente você constata que aquela pequena informação que obteve, foi uma pista para chegar na pista seguinte. E assim vai, consequentemente...
Somos como a investigadores indo em busca de pegadas de nosso próprio propósito de vida. Alguns o encontram muito cedo, outros precisam trilhar um longo caminho para achá-lo.
Diante desses sinais que a Vida tem me mostrado, olho para o meu passado, desde a infância e adolescência, e vejo o quanto "as pegadas" eram constantes em meu caminho e eu não as reconhecia. Essa "pegada" me mostrava o local certo, porém eu me desviava dele, depois de um tempo.
Fica agora muito claro a mim que, mesmo tendo o que chamamos de livre-arbítrio, existe uma força natural que está sempre nos guiando para um "destino". Não importa o quanto o nosso intelecto diga que é loucura, besteira, irreal ou sem importância... a Vida nos conduzirá à tal direção.
Quando a sincronicidade é constante para determinada coisa, durante a nossa trajetória, pode ter certeza de que é ele o meio pelo qual realizaremos o nosso propósito maior. Não importa se isso vai contra o que as pessoas, a família ou a sociedade consideram como corretos, normais ou válidos... quanto mais fugimos, mais batemos com a cara na parede das frustrações.
Presenciar a sincronicidade e a fluidez de como as coisas vão ocorrendo é muito gratificante. Você começa a se sentir muito mais vivo e alegre. Finalmente você percebe que a Vida tem um plano para você, e vê que ele combina justamente com o que o seu Coração mais quer.
Pode ser que tenhamos um obstáculo ou outro, mas após ficarmos determinados em algo, não há nada que faça parar o processo. Isso é o que as pessoas chamam de viver no fluxo do Universo.
O medo é a ignorância do nosso potencial... Ou seja, ele é a INCONSCIÊNCIA DE QUEM SOMOS de verdade. Por isso, buscamos segurança em falsas seguranças... por isso corremos atrás de garantias, prazeres momentâneos, ostentações e validação alheia em detrimento da qualidade de ser e viver.
Ao desconhecermos a nós mesmos, sentimos medo. Portanto, quanto mais íntimos ficamos de nosso eu mais profundo, menos medo temos. (Medo = ignorância do ser).
A Vida sempre quer mostrar que é mãe, mas a gente sempre prefere acreditar que Ela é madrasta. Mas madrasta somos nós (de nós) quando não ouvimos a voz do Coração e obedecemos exclusivamente a voz da razão.
Madrasta somos nós, quando órfãos de nós mesmos...
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