Rede (Sol) idária


Queria lhe contar que hoje tive um insight.

Visualizei o planeta Terra com alguns pontos luminosos e dourados nele. Cada ponto luminoso era uma pessoa consciencialmente desperta. 

Alguns pontos estavam isolados, mas outros já se conectavam entre si.

Ao se conectarem, algo inusitado acontecia: as luzes se fundiam e o alcance da claridade aumentava, criando um novo mundo dentro do velho mundo.

Então mais adiante, vejo luzes e mais luzes se conectando no planeta, fundindo-se entre si, formando, assim, uma rede luminosa dourada em torno dele.

Fui entender o que acontecia dentro dessa rede de luz, e observei que, se caso alguém ali estivesse com alguma dificuldade e precisando de ajuda, os outros indivíduos despertos fariam de tudo para ajudá-lo, colaborando de alguma maneira. Nessa corrente luminosa ninguém ficaria sozinho e nem passaria necessidades. Todos se auxiliariam mutuamente. 



Fora dessa rede estava o velho mundo obscuro, cheio de conflitos, guerras, competições, egoísmos e ódios. Mas ele não destruía a rede, era a rede que iluminava o mundo.

O novo mundo não seria um ideal utópico... O novo mundo seria apenas a natureza real da humanidade, ao pensar no todo - sem excluir o indivíduo e suas individualidades.

O novo mundo só é novo por nunca ter sido... mas por ser novo, não quer dizer que o antigo tenha que ser destruído. Há valores, tradições, conhecimentos antigos que devem ser preservados. E o que deve ser deixado para trás é tudo o que promove caos, injustiças e divisões - tudo o que nos faz menos humanos.

Portanto, para que haja a tal rede de luz e suas contribuições mútuas, não há mais espaço para pseudos líderes autoritários ou revolucionários. Não há mais espaço para idolatrias, fanatismos, ou dependência de lideranças doentias, psicopatas e narcisistas.

Para que existam reais líderes justos e com o mínimo de sabedoria, é preciso primeiramente que cada um de nós saibamos distinguir justiça e sabedoria. Mas para que isso seja possível, é preciso primeiramente que sejamos líderes de nós mesmos. A pergunta é: temos as nossas percepções e conclusões próprias (autoliderança), ou dependemos EXCLUSIVAMENTE daquilo que um especialista ou uma autoridade diz ser o certo?

Não há possibilidade alguma em desejarmos um mundo justo, se não o somos com aquele que é diferente de nós. Se não somos capazes de sermos justos com aquele que vemos como inimigo, então não temos o direito ou a dignidade em querermos um mundo justo. A Justiça não é válida somente aos que sofrem injustiça, a Justiça é válida para MANTER justiça a TODOS, independentemente da situação momentânea de cada indivíduo.

Quando volto a pensar no insight que tive sobre a corrente de luz, lembro-me de certa ocasião bem cotidiana da minha vida. 

Na época em que eu vendia meus artesanatos em feiras públicas, muitos artesãos reclamavam insatisfeitos da organização e liderança da feira. Era cobrada uma taxa mensal para ser membro dela (apesar de pública), com a justificativa de que seria para eventos,  divulgação e a manutenção da mesma. Porém ninguém via tais coisas sendo feitas. Pelo contrário; o que viam era apenas PRIVILÉGIOS àqueles que mantinham proximidade e amizade com a líder da feira de artesanato. Ninguém sabia para onde o dinheiro ia e não havia qualquer declaração documentada disso. 

Eu não tinha ambições em permanecer muito tempo naquela feira. Meu objetivo era obter experiência, além de vender o meu produto o quanto possível. Mas mesmo assim, senti empatia pelos feirantes insatisfeitos e sugeri que eles próprios fizessem um grupinho entre si, cada um colaborando com uma quantia pequena, para que não ficassem dependentes ou à mercê da liderança. Assim poderiam fazer a divulgação e criar alguns eventos deles. Gostaram da minha sugestão e até me propuseram a candidatar ao posto de líder da feira (já que não havia candidatos); algo que eu dispensei automaticamente. 

Não sei se fizeram o que eu propus, pois não permaneci lá o suficiente para saber. Mas ficou marcado em mim que, quando não há justiça e não tem como obtê-la dos líderes, mesmo após reclamações, resta aos integrantes do grupo se unirem para se ajudarem.

Não falo aqui de Anarquia. Falo apenas de espírito solidário em tempos sombrios.

Vejo muitas iniciativas desse tipo acontecendo na era da internet. Já não precisamos pertencer a grupo A ou B para recebermos ajuda; basta precisarmos de ajuda. 

Basta que cada pessoa colabore com o mínimo possível para um bem coletivo. Não apenas com dinheiro, mas com apoios de qualquer tipo.

Criarmos redes de apoio é a nossa salvação em meio a um mundo autocrata e ególatra. E assim vamos criando resistência em um corpo doente e rígido.

Vejo muitos pontos dourados de luz piscando ao redor do planeta. Eles estão se juntando, ligando-se uns aos outros, mesmo à distância. Formando sinapses... formando Consciência.

Talvez sejamos, cada um de nós, neurônios mandando sinais pelo mundo afora, para que uma nova inteligência global surja. Uma inteligência que nos liberte do domínio da "velha ordem" de obscuridade e ignorância.

Vejo você e várias pessoas se interligando nessa rede dourada... conseguindo contribuições e incentivos voluntários.

Vejo minha luz isolada de tudo... desejando um dia fazer parte da rede...

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