Diálogo com o Coração

Eu: _ As pessoas não me compreendem...

Coração: _Por que acha que não?

Eu: _Porque elas pensam que estar sob as suas diretrizes é ir contra a vontade delas...

Coração: _Isso é natural. A maioria ainda acredita ser a mente... a maioria ainda quer ser a mente. Então, realmente contraria seus desejos. Mas não se preocupe. Se elas não a compreendem, compreenda você a elas e fique bem.

Eu: _É um pouco cansativo. Pois mostrar que existe um modo mais genuíno de se viver as ofende.

Coração: _Sim, ofende porque elas não conseguem muito bem se entregar a essa forma de viver genuína. Ofende porque elas (mente) querem ter o controle. Ofende porque elas têm medo...

Eu: _É estranho... Eu só tento mostrar o seu caminho... o nosso caminho... Não imponho nada. Apenas mostro que a mente é uma prisão, quando nos centramos nela, e que aceitar o momento e o que sentimos é o que você recomenda. É errado fazer isso?

Coração: _Não... Não há nada de errado. Você está fazendo o seu papel. Só procure não se enredar na frustração pela incompreensão alheia. Mas se sofrer por isso, compreenda sua frustração sem crítica nenhuma.

Eu: _Sim, estou compreensiva com a frustração que sinto... e quanto mais fico compreensiva, a frustração vai diminuindo.

Coração: _E cada vez que você for se compreendendo, mais compreensão pela incompreensão alheia você vai adquirindo.

Eu: _Nossa! É mesmo! Agora estou mais receptiva à contrariedade das pessoas... Sinto leveza!

Coração: _Exato. Aceitar não é ser condescendente ou resignada com a sua dor ou com a inconsciência dos outros, mas sim, aceitar o momento presente para, então, poder transmutá-lo em Consciência, Sabedoria Amor e Ação. E isso só acontece na compreensão compassiva.

Eu: _Não é sempre que consigo ser guiada por você... Isso é bem ruim.

Coração: _Esse julgamento de "ruim" não partiu de você, mas da mente com a qual você se identifica. Portanto não há nada de ruim, mas apenas natural, dentro do seu processo.

Eu: _Caramba... Você é sempre assim tão compreensivo? Com você por perto a mente não consegue ter qualquer argumento... ela simplesmente silencia...

Coração: _Bom, se eu não fosse compreensivo eu não seria o Coração. A voz da mente silencia porque não é de fato verdadeira. 

Eu: _A sua voz é a verdadeira?

Coração: _Quem é você?

Eu: _Acho que... bem... Você?

Coração: _Então é verdadeira...